quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Internetiquês: axim dar p vc ler?













Ki tal ixcrever axim na net? Ou melhor, que tal escrever assim na Internet? Quem passa muito tempo navegando na Internet sabe como a escrita se tornou objeto comum de inovações. Os internautas costumam inventar novas formas de escrever, trocando letras, abreviando palavras e criando símbolos para simplificar a linguagem e aproximá-la ao máximo da comunicação oral e de gírias específicas. Uma palavra ou frase passa a ter várias formas de ser escrita, de modo que o seu autor a não mais se restringe aos dicionários e gramáticas.

Esse tal internetiquês divide a opinião de muitas pessoas. Há os que adoram a nova forma de escrever na Internet, com o argumento de que a necessidade do uso dos smileys e da simplificação das palavras é causada pelo tempo, a velocidade com que as mensagens precisam ser recebidas e respondidas. Em contraponto, essa nova linguagem nem sempre é usada pela questão do tempo, os blogs, os sites de relacionamentos e até mesmo os e-mails não precisam de uma simplificação, o usuário dispõe de um tempo maior para responder e nem por isso deixa de usar o internetiquês.

Mas o que preocupa é quando esse vício de linguagem ultrapassa os meios eletrônicos e chega até a sala-de-aula. Hoje é comum um professor pegar algum exercício para corrigir e encontrar palavras como axim, hj, ñ, vc etc. O que fazer para que essa nova moda, que invadiu o vocabulário de crianças, jovens e até mesmo o de adultos, não atrapalhe o uso da língua portuguesa? É necessário aos estudantes receberem, desde cedo, uma orientação de qualidade em relação ao uso do idioma. Através da educação eficaz eles podem experimentar adequações da língua de um modo que a sua conservação não seja ameaçada. Primeiro é preciso aprender a se comunicar de acordo com o padrão formal para, depois, saber infringir estes padrões de modo consciente, a fim de tornar a comunicação mais ágil, quando for conveniente.

O diferencial está na consciência de quem se comunica. É importante saber qual é a hora de usar a língua de acordo com as regras e qual é o momento de modificar o uso dessas regras em função da praticidade e da adaptação às especificidades do canal de comunicação. O emissor que sabe construir a linguagem de maneira eficaz, conforme a norma culta é também capaz de desconstruí-la sem abolir as bases do idioma.
A nova mania de se comunicar ganhou até um tradutor na rede para aqueles que desejam desaprender o idioma.

Veja o exemplo do site Miguxeitor:

Sugeri que traduzisse a seguinte frase: “Como é bom rever os amigos”. Observe como ficou: “komu eh bom reve us amigus”, nesse caso foi traduzido para “Miguxês Moderno”. Mas agora observe o segundo exemplo em “Neo-Miguxês” - KoMU eH Bom reve UxXx MIGUxXxuxXx.

Para termos uma idéia basta lembrarmos a forma como as pessoas do Brasil colônia utilizavam o pronome de tratamento conhecido hoje como VOCÊ. Os membros da sociedade para se dirigirem uns aos outros se cumprimentavam dessa forma: "VOSSA MECÊ" que passou a VÓS MECÊ (com algumas variantes vulgares como SUNSÊ, OCÊ) depois para VOCÊ e agora apenas CÊ. Se aprofundarmos um pouco mais essa discussão vamos lembrar do cumprimento: VAMOS EMBORA.

Tudo começou com a despedida: VAMOS EM BOA HORA, depois: VAMOS EMBORA, VAMBORA, SIMBORA, BORA. Agora os jovens até incrementaram mais ainda esse termo. Hoje eles dizem: VAMO VAZAR, VAMO CHISPAR, VAMO CAPAR O GATO (vem cá o que que o gato tem a ver com isso?), TÔ INDO e o mais moderno: FUUI. O que estão fazendo com a nossa maravilhosa linda portuguesa?

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